segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Equinócio de Outono


Já sentimos na pele tudo o que vem com ele: o largar dos véus, o despir da pele, a fermentação das uvas e dos figos, as cores de fogo que pintam o céu e a floresta, o recolher à casa da alma e a escolha da bagagem mais leve para estes dias mais húmidos e ventosos que se aproximam. O Equinócio é um momento muito especial que ocorre no momento em que o Sol cruza o Equador Celeste, isto significa que dia e noite têm a mesma duração, tal como a própria palavra indica, na sua origem do latim aequus (igual) nox (noite). Muitas são as tradições que celebram esta passagem, e são vários os mitos associados a este momento do ano, o que têm eles em comum? As descidas ao submundo, ao "inferno" ou "interno": a Descida de Perséfone, o rapto de Mabon, a descida de Inanna, Ereshkigal. Nesta newsletter convidamos-te a reflectir o que significa para ti este submundo, este mundo interno ao qual viajamos durante o dias mais pequenos e as noites maiores do ano.

Estas noites maiores trazem consigo muitas bênçãos e muitos desafios. Quando o tempo de sol diminui, um dos pedidos do nosso corpo, talvez um dos mais importantes, é mais descanso. Como recebes esse pedido? Como uma dificuldade ou como uma bênção? Como podes gerir o teu tempo de forma a tornares esse descanso uma das tuas prioridades? Os dias de Verão são dias de agitação, de movimento, de acção. Este dias chegaram à sua abundância, à sua plenitude, começando a decair, restando agora colher, comer e armazenar o que nos vai servir para a viagem dos dias pequenos e frios. Tudo o que aconteceu pede agora tempo de integração e de escolha do que nos nutre e do que nos ajuda a nutrir a terra pelo composto. Pede também um olhar de clareza e transparência, sem julgamento e com muita aceitação de ser simplesmente o que é, sem um mais ou um menos, um melhor ou um pior.

Mãe Terra, negra, fértil, abundante, um Útero bem confortável, quentinho, com todas as condições para compostar e gerar vida, fica coberta de folhas para proteger o seus fetos, as sementes que caíram dos frutos e todos os microrganismos que suportam esta gestação. As sementes sagradas, fonte de vida, de nutrição, de liberdade são a fonte da nossa celebração neste Equinócio!

Demeter's Song
I am the wealthy one
I am the wealthy one
All that I have I give to you
Blossom and bud
The leaf and the promise of fruit to come
The corn and the wheat
The grass and the earth beneath your feet
I am the wealthy one
I am the wealthy one
All that you have I give to you
Rhythm and form
The lover's smile and the workers arm
Your blood and your bread
Pleasure and sorrow, birth and death
I am the wealthy one
I am the wealthy one
All that I am I am in you
The change that frees
The heart that cries and the hand that heals
The eye that sees truth
The power to destroy and to renew
I am the wealthy one
I am the wealthy one
All that I am I am in you
*We are the wealthy ones
We are the wealthy ones
All that I am depends on you

by Starhawk

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

O nosso Verão

Olá!
Esperamos que te encontres bem nestes dias de Setembro. Nós estamos bem, na recuperação e retorno dos dias grandes de Verão, programando e organizando o ano lectivo que se avizinha. Estamos entusiasmadas por partilhar os locais por onde andamos, as novidades que trouxemos, as ideias e os trabalhos que vão começar já esta semana.

Em Julho, tínhamos acabado de receber a Naoli Vinaver, na Senhora d'Azenha, na sua energia envolvente e humana inconfundível, mesmo antes de partir para o Reino Unido. Nessa altura lançamos o nosso website em inglês: http://www.feminineconsciousness.com/. Finalmente já podes seguir as nossas actividades através deste link, muito em breve teremos a tradução em português.

Logo depois deste lançamento, voámos cheias de energia para novas terras, com a nossa irmã Cristina Oliveira. Durante 9 dias atravessámos os reinos celtas, entre sol e chuva, num clima tão familiar como o nosso sintrense. A jornada começou na Cornualha, passamos pela Gruta de Merlin, Castelo do Rei Artur e a Cascata de St. Nectans Glen, em Tintagel, e pelos monumentos megalíticos a sul: Lanyon Quoit, Mên-An-Tol e Nine Maiden Boskednan Stone Circle. Uma maratona que terminou às 00h do 3º dia de viagem entre GPS, intuição e muita confiança, debaixo de um céu recheado de estrelas, muito sono e sorrisos rasgados pelas descobertas! 



   


 
   


Depois das aventuras na Cornualha, seguimos rumo a Glastonbury, para a Goddess Conference. Breathless, é a palavra que define esta passagem por Glastonbury. Neste ano o tema foi: Lady of Avalon, para o qual desenvolvemos a performance ritual Echoes of Shadow e o workshop Her eternal conscious body. O primeiro, realizado nos jardins do Chalice Well, foi um momento ritual de profunda conexão amorosa intemporal à grande teia da existência reflectida em tudo e em todos. O segundo, o poder da irmandade em honesta confiança. Tivemos ainda a grande benção de rever a Starhawk, num dos seus workshops sobre o seu livro "The last wild witch". A todas os homens e mulheres que estiveram connosco, num espaço sagrado, criado por corações abertos e vivos, profunda gratidão pelas suas palavras e gestos de profundo reconhecimento.

Este foi o último ano em que fundadora Kathy Jones organizou este evento que já se realiza há 21 anos. Nesta passagem deixamos uma profunda gratidão a ela e à nossa conterrânea Luiza Frazão, maravilhosa irmã na construção de pontes entre Avalon e Portugal.

Para finalizar a nossa jornada celta, depois de um dia de subida ao Tor, fomos ainda de visita aos megalíticos de Avebury, que nos receberam nos últimos cartuchos de energia que nos restavam. E de coração cheio regressamos a Portugal, bastante cansadas, mas cheias de ideias e bastante criativas.




Porém, não era ainda tempo de descanso, outra aventura nos aguardava BOOM FESTIVAL 2016! Rumo a Idanha, lá fomos nós. As aberturas do Dance Temple e do Nataraj Dance Stage, contaram com a presença da Iris, juntamente com outras magníficas bailarinas e Xamãs de todo o mundo. O fecho do Nataraj contou também com um momento especial da Iris e do Batazar Molina. Entre sábado e segunda tivemos dois workshops, uma palestra e uma performance da Iris, com as colaborações da Lila Nuit e dos músicos Baltazar Molina, Gonçalo Sarmento e Ricardo Passos. Esta passagem por este festival foi marcante para todos nós. Deixou-nos na pele o abraço na união além género, permitindo a plena presença em vulnerabilidade. Em breve teremos vídeos e fotos para partilhar.


Terminadas as viagens e já de retorno a casa, mantendo-nos nas dinâmicas dos grupos de Verão da Senhora d'Azenha, entramos finalmente no processo de limpeza e preparação da nossa casa para o Outono. Retirando as folhas velhas, aconchegando a terra para os nossos trabalhos e preparando uma agenda maravilhosa... E este foi o processo destas 3 últimas semanas: LIMPAR E CRIAR!

Feminilidade Consciente | Feminine Consciousness

 Femininlidade Consciente é a arte da presença gentil, verdadeira e resiliente. 
É a qualidade de Ser que abraça a complementaridade na dualidade, 
Honra a ciclicidade e se compromete com o desenvolvimento de recursos criativos para cada desafio, tanto a nível individual como colectivo.
Acreditamos que cultivando abertura acerca da vulnerabilidade podemos cultivar entendimento mútuo, comunicação clara, cuidado cooperativo e poder criativo. 

Este é um tempo crucial para a transformação de estruturas, Crenças, valores, interna e externamente. Permitir a manifestação do lado feminino da psyche é uma forma profunda de nos conectarmos connosco mesmas(os), as nossas famílias, comunidade e Terra Mãe de que somos parte.

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Feminine Consciousness is the art of gentle, truthful and resilient presence. It is a duality of of being that embraces the complementarity in duality, honours cyclicity, and commits to developing constructive resources for each challenge, both individually and collectively. We believe that by cultivating openeness about vulnerability we may craft mutual understanding, clear communication, cooperative care and creative power. This is a crucial time for transformation of structures, beliefs, values, internally and externally. Alowing the feminine side of the psyche to manifest is a profound way to truly connect to ourselves, our families, community and Mother Earth.